segunda-feira, novembro 12, 2012

Alguns aspectos arquitetônicos

Para os amantes de arquitetura e história, Praga revela as suas garras. Quando Kafka disse que esta senhora tinha garras e não deixava ninguém partir, pode até ter sido uma apreciação muito pessoal, mas é inegável que toda a componente histórica da cidade, bem representada em sua arquitetura, faz com que a atmosfera urbana seja coberta por três aspectos que fazem de Praga uma senhora acolhedora: elegância, mistério e romantismo. O precioso patrimônio arquitetônico praguense, predominantemente gótico e barroco - embora a Art Noveau também decore muitas fachadas - permite a convivência harmônica de algumas manifestações modernas e contemporâneas. Prova disso são as esculturas um tanto quanto grotescas de David Černý ou a Tančící dům (Prédio Dançante), obra dos arquitetos Vlado Milunic e Frank Gehry para cicatrizar a única ferida que Praga sofreu durante a Segunda Guerra Mundial, causada por um bombardeio estadunidense. No entanto, e como Praga é uma cidade onde predomina a contradição em quase todos os aspectos da vida de um povo marcado pela tragicomédia, o que melhor representa esta capital de um país maioritariamente ateu é uma igreja. A Catedral de Týn, uma obra gótica do século XIV, é a que melhor combina os três aspectos que se vislumbram no horizonte de panorâmicas repletas de torres esbeltas e aguçadas. Por oposição, no outro lado do rio Vltava, está o Pražský hrad, uma construção gigantesca que forma o maior castelo do mundo. Sua imponência para quem o encara da margem direita do Vltava contrasta com o labirinto de edificações quase minimalistas desse lado do rio.

Por Juliano Mattos

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